Crônicas

Todo mundo adora sentar numa roda para contar e ouvir histórias que, verídicas ou nem tanto, acabam entrando para o Folclore. Criamos este espaço para vocês curtirem essas saborosas histórias.

  • 13/10/2005 - Chico Victória
  • VILA FLORESTA

Estávamos jogando um torneio em Gravataí no campo do América,quando a torcida adversária começou a nos ofender.

Como é de conhecimento de todos vocês existe um Ouro Preto na Vila Floresta, e eu também morava neste bairro, aí fui o escolhido pelos torcedores que gritavam corno da Vila Floresta.

No final do 1º tempo fui comentar o fato com o Hildo - "Pô, olha o que os caras estão gritando para mim", pois fazia pouco mais de 3 meses que havia casado e já era taxado de corno.

O Hildo sutilmente disse - "Não liga, nosso time não é da Vila Floresta, mas duvido que eles saibam que tu residas lá..."

Olhei para ele então e disse - "Puxa, que baita estímulo, obrigado." e caímos na risada.

  • 29/09/2005 - Hildo Baldasso
  • CHUTEIRAS
legenda

Hoje, a infinidade de chuteiras que estão a disposição dos atletas é incontável. Tem chuteira para pé pequeno, grande, torto, velho, jovem, de unha encravada, trave alta, trave baixa, autocompensado, eletrônico, etc. Tem até para perna-de-pau.

Marcas então, nem se fala: Adidas, Topper, Olympikus e por aí vai. Preços, tem para qualquer bolso; desde alguns reais (chinesas ?) até acima de 1.000 reais.

Mas, no passado não era assim. Havia poucas marcas, todas nacionais. As chuteiras eram de couro, com travas também de couro pregadas ao solado. O preço era inacessível para a maioria dos atletas, então elas eram usadas até que ficassem uns trapos velhos.

Era comum ver algum dedão de fora. Com o desgaste, os pregos entravam no solado e furavam os pés dos viventes e rasgavam as meias. Os jogadores acabavam os jogos sangrando. O Fragata tinha um pé de ferro, daqueles de sapateiro, para consertar as chuteiras. Compravam-se novas traves e o conjunto era substituído.

A única chuteira (ou botina ) de solado de borracha que existia, parecida com as atuais, era a Big. Mas não era qualquer um que tinha dinheiro para comprá-la.

Era um tempo em que as poucas coisas que possuíamos eram muito valorizadas. Hoje, é muito mais fácil comprar uma chuteira. Mas isso não ajudou a criar nenhum craque e nem deixou ninguém mais feliz que no passado. A alegria de jogar no nosso time, com chuteira velha ou nova, foi sempre igual.

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